Você que é fera em matemática pode responder mais rápido que um bote de cobra qual o valor de zero? Sim, isso mesmo: zero, o numeral cardinal - 0. Quanto ele vale?
Um matemático provavelmente diria que depende. E quem somos nós para discordar de um matemático, não é mesmo? Se você está pensando que este post é sobre matemática, repense. Estamos falando sobre ortografia. A pergunta de 1 milhão de Reais é: qual a forma correta de se escrever uma data? 9/3/2021 ou 09/03/2021?
A falta do zero à esquerda dos números fez alguma diferença no valor? Claro que não, pois zero à esquerda vale nada.
Entendido esse conceito, você pode se livrar desse bendito zero à esquerda, já que ele não tem valor. Mas, por que muitas pessoas escrevem dessa forma? Está errado? A explicação é simples, porém um pouquinho longa. Mas, vamos lá. Afinal, conhecimento nunca é demais e se você leu até este ponto do texto, já sabe que se zero à esquerda de um algarismo não altera o seu valor, ele não é necessário aparecer ao lado das datas de apenas 1 algarismo.
A origem desse hábito, especula-se, que veio com o advento e o avanço tecnológico. Cada vez mais, tínhamos formulários que já vinham prontos, datilografados (hoje em dia, dizemos "digitados", apesar de haver os formulários on-line). Ao ser datilografado o espaço para a inserção da data, tradicionalmente colocavam-se dois espaços representando os dois dígitos para os números referentes ao dia/mês/ano, sendo que esse último, até certo momento (antes do temido bug do milênio), era também grafado com dois dígitos. Quando fossem números de um dígito, para não deixar o espaço em branco por receios de adulterações da informação, colocava-se o zero à esquerda.
Os numerais são divididos em:
unidades (1 a 9) com um dígito;
dezenas (10 a 99) com dois dígitos;
centenas (100 a 999), com três dígitos; e assim por diante.
Portanto, deve-se escrever:
8 de fevereiro.
2 de março de 2020 (2/3/2020).
1° - início do mês.
1° de abril – Dia da Mentira.
1° de Maio - Dia do Trabalho.
Esse hábito de grafar as unidades com um zero à esquerda alastrou-se por outras atividades:
passou a indicar quantidade: 08 livros;
tempo: 05 dias, 08 horas;
quantia em dinheiro: 05 mil Reais.
Em relação a valores, há um motivo importante: evitar falsificações. Em cheques, escrevia-se “hum mil reais” (R$1.000,00).
O professor Napoleão Mendes de Almeida recomenda: “Não confundamos linguagem com registro, com fichário, com máquina, com computador. Escrevamos normalmente, como sempre foi feito, e não como robô”.
Onde pesquisar mais:
ALMEIDA, Napoleão Mendes. Dicionário de Questões Vernáculas. São Paulo: Caminho Suave, 1981.
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