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O Deus-Verme, de Augusto dos Anjos

Trago para vocês mais um poema de Augusto dos Anjos, poeta de versos marcantes e vocabulário forte. Não há como seus versos passarem despercebidos pelo leitor da boa literatura brasileira.


Boa leitura.



O DEUS-VERME


Fator universal do transformismo.

Filho da teleológica matéria,

Na superabundância ou na miséria,

Verme - é o seu nome obscuro de batismo.


Jamais emprega o acérrimo exorcismo

Em sua diária ocupação funérea,

E vive em contubérnio com a bactéria,

Livre das roupas do antropomorfismo.


Almoça a podridão das drupas agras,

Janta hidrópicos, rói vísceras magras

E dos defuntos novos incha a mão...


Ah! Para ele é que a carne podre fica,

E no inventário da matéria rica

Cabe aos seus filhos a maior porção!



E aí? Ficou com alguma dúvida? Fale conosco portuguesexperimental@gmail.com



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